Escrevo esta mensagem para a igreja de Cristo. Quero falar com crentes. Normalmente o grupo-alvo deste trabalho não é crente, mas hoje é dia de ter uma conversa séria com crentes [risos…]. Do jeito que sois tão nobre para Deus, eu deveria escrever de joelhos para vocês. Mas como é difícil fazer isso, vou escrever sentado, mas de consciência ajoelhada. Precisamos de ter esta conversa faz muito tempo.
Vamos abrir a nossa bíblia em Génesis 3:23 “o Senhor Deus, pois, o lançou fora do Jardim do Éden, para lavrar a terra, de que fora tomado”.
Se há alguém que eu respeito muito na terra é o crente dos nossos dias. A bíblia diz que o crente dos nossos tempos é bem-aventurado porque crê nos assuntos de Deus sem ter visto (João 20:29). Ninguém se torna crente se Deus não lhe conceder (João 6:44). Então, se você é crente, perceba que Deus te conhece e foi Ele quem te chamou.
Por mais que se pregue bonito, se Deus não te conceder, você não vai crer nestas coisas. Como pode um Homem por si só crer que há paraíso e inferno? [risos…] Nunca viu Jesus, mas crê, isso é obra de Deus! Alegra-se, pois Deus está agindo na sua vida.
Estou a tentar equilibrar o meu discurso duro [risos…]. Prometo não deixar doer muito. Mas há coisas que precisamos reflectir em torno delas. A nossa geração de crentes está acostumar Deus. Não está levar Deus a sério. Crê que há vida eterna por viver e conhece o caminho para lá ir, mas não se aplica nem tão pouco para se aproximar de Deus.
Outro grande problema são atitudes, que denunciam que apesar de crermos em Deus, subestimamos o que Deus pode fazer na sua ira. Ficamos dizendo “Ele é amor, então pequemos porque se nos ama não é capaz de nos levar ao inferno”. Calma aí! Calma aí! O Deus da bíblia, aquele que Jesus apresentou, não funciona assim.
Deus sempre foi amoroso. Ele sempre amou o Homem, mas por causa de Adão, que comeu uma fruta que Ele disse que não era para comer, segundo o versículo que lemos, lançou-nos fora do Jardim do Éden para virmos morar na terra.
Deixa tentar explicar isto. Apesar de ser amoroso e amar o Homem, Deus foi capaz de tirar o Homem do jardim do Éden por causa de comer um fruto que tinha dito para não comê-lo. No Éden, o Homem não precisava suar para ter comida; não havia guerra; não havia enfermidade.
Está mais do que claro, que a terra, nestas condições que todos a conhecemos (fome, guerra, enfermidades, dor), não é um bom lugar para ficar. Mas Deus tirou o Homem do jardim para vir viver todos os problemas que conhecemos.
Se cremos que Deus é amoroso, e ao mesmo tempo que foi capaz de tirar o Homem do Jardim do Éden, porque comeu de uma árvore que disse para não tocar, a pergunta que se coloca é: “por que nós prostitutos, fornicadores, adúlteros, feiticeiros, invejosos, bêbados, assassinos…pensamos que Deus não é capaz de nos lançar para o inferno na sua ira?”
É que Adão e Eva foram lançados fora por causa de comer um fruto exposto no jardim que tinham sido advertidos para não comê-lo. Esse foi o nível do pecado deles. Agora o nosso nível de pecado é pior que o deles. O nosso nível é de fornicadores, adúlteros, bêbados, assassinos, invejosos, prostitutos, idólatras…é esse o nosso nível. Sendo assim, não merecemos um castigo pior ao que recaiu sobre Adão e Eva?
Para piorar, no tempo de Adão, Deus descia na virada do dia. Connosco é diferente, Deus faz morada em nós. Ou seja, enquanto Adão pecou, tendo a noção da ausência de Deus, nós pecamos na presença de Deus. Já não há respeito por Deus. É só Deus entende; Deus entende; Deus entende…que prazer Deus tem com o pecado? Como podes criar relação de amizade com pecado e incutir na sua mente que Deus entende?
Ainda não encontrei na bíblia, “Deus entende”. O que encontro é que temos dois caminhos: o da morte e o da vida. E noutra parte recomenda que escolhamos a vida (Deuteronómio 30:19). Ou seja, esforce-se para produzir frutos de arrependimento.
Essas coisas de “Deus entende” são perigosas. Certa vez orava no meu quarto e, de repente, uma voz interrompeu a oração e falou ao meu coração dizendo: “quando estamos na igreja, antes de começares a falar, primeiro cantas até levantas as mãos; mas quando estamos aqui no quatro só nós dois não adoras, só começas a falar. Eu só quero saber uma coisa: quando cantas na igreja estás a cantar para mim?”
Deus é amor, sim! Jesus é nosso amigo, sim! Mas precisamos de saber que Ele é nosso Senhor também. E como tal merece o nosso esforço para vivermos segundo a vontade dEle que expressou nos capítulos e versículos bíblicos.
Igreja, qual é a dificuldade que o Deus que nos tirou do Éden para viver esta dura peregrinação na terra pode ter de, na sua ira, lançar-nos para o inferno? O que falta para percebermos que essa falta de dedicação para santificação é nojenta para Deus?
Não subestima o que Deus pode fazer na sua ira. Precisamos parar de brincar de ser crente. Precisamos de abrir mão dessa vida que levamos de crente de máfia. Precisamos de ter uma vida fundamentada na bíblia. Gente, precisamos de nos arrepender. Não basta ser crente, é preciso ser bom crente. A bíblia diz que não somos coroados quando não militamos legitimamente (II Timóteo 2:5). O que Deus está a cobrar do crente é dedicação, sem falhas propositadas ou ocasionadas. É nisso que pode resumir toda cobrança em torno da santificação (Mateus 5:48; I João 1:8-9).
Se Deus foi capaz de tirar o Homem do Jardim do Éden para viver nesta terra; não terá dificuldade de nos tirar daqui para mais para baixo na Sua ira, se continuarmos a brincar com coisas sérias.
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